POESIAS III
MOMENTOS DE DOR
O amor costuma chegar de calma, no estalar do eu
Ai ele me bate, ele me soca, mostra a realidade
Costuma ir e voltar, no causar da dor ao som do prazer
A mistura se envolve ao riso e a lágrima
O amor se esvazia no potin, o amor com gosto de ardor
Quando ele vem, me deixa boba, me deixa louca
Nas pequenas coisas me faz emergir
O mundo de misturas me faz refletir
Como o amor é bom
Mesmo que as vezes ele se vá, não como um prazo de validade
Mas como uma consequência de liberdades
Liberdade, liberdade, liberdade
As liberdades do amor, do mundo da colonialidade
Será que me põem ao amor?
Não, o amor não é pra mim
Gritos de desespero ecoam em mim
Ouvi a morte da dor de sucumbir
A redenção de Cam atropela
Não me deixa daqui, nem lá
Jogada ao ar, de não ser bela
Corpo de mulata, como se fosse o corpo dela
A senzala me sequestra
Eu nunca vou ser amada, sou rejeitada
A dor me barra de sobreviver ao jogo em ser alvo
Resolvi libertar
O amor voltou, mesmo que costume doer e roer
A ida e a volta, o ciclo se completa, se remenda
O maior ato de revolução ao sistema é o meu amor
Não consigo me liquidar as mazelas
Consigo enxergar o amor
Mesmo que haja dor
Dor do colonizador que me fez não acreditar no amar
Explicarei aos meus que consigo ter amor e dá amor
Mesmo que eu bata e bata, que eu rasgue o sistema explorador
O amor costuma chegar de calma, no estalar do eu
Ai ele me bate, ele me soca, mostra a realidade
Costuma ir e voltar, no causar da dor ao som do prazer
A mistura se envolve ao riso e a lágrima
O amor se esvazia no potin, o amor com gosto de ardor
Quando ele vem, me deixa boba, me deixa louca
Nas pequenas coisas me faz emergir
O mundo de misturas me faz refletir
Como o amor é bom
Mesmo que as vezes ele se vá, não como um prazo de validade
Mas como uma consequência de liberdades
Liberdade, liberdade, liberdade
As liberdades do amor, do mundo da colonialidade
Será que me põem ao amor?
Não, o amor não é pra mim
Gritos de desespero ecoam em mim
Ouvi a morte da dor de sucumbir
A redenção de Cam atropela
Não me deixa daqui, nem lá
Jogada ao ar, de não ser bela
Corpo de mulata, como se fosse o corpo dela
A senzala me sequestra
Eu nunca vou ser amada, sou rejeitada
A dor me barra de sobreviver ao jogo em ser alvo
Resolvi libertar
O amor voltou, mesmo que costume doer e roer
A ida e a volta, o ciclo se completa, se remenda
O maior ato de revolução ao sistema é o meu amor
Não consigo me liquidar as mazelas
Consigo enxergar o amor
Mesmo que haja dor
Dor do colonizador que me fez não acreditar no amar
Explicarei aos meus que consigo ter amor e dá amor
Mesmo que eu bata e bata, que eu rasgue o sistema explorador
A DOR DO PESO DA CANETA
Ouvi dizer que só consigo sair disso que me foi imposto estudando
Dando três vezes mais pra talvez subir nesse pódio
Entendendo o motivo de ter sido colocada aqui
Me revoltei com o que me é dado
Os questionei
Mandaram me calar
Calaram Aqualtune, calaram Dandara e Marielle
Não me falaram, tirei forças da minha ancestralidade
Sinto dor e a escrevo, consigo entender a dor
Me peço perdão por acreditar neles
Não consigo me levantar, mas preciso ser três vezes melhor
Morreu um dos meus agora
SILÊNCIO
Mais um se foi e mais um, e mais um...
Sou só um de uns?
Quem matou?
Não sei, falaram ser preto, era traficante
"Mas morreu por não tá em casa ou estudando"
Ele tava na escola e sua vida a foi arrancada, o subjulgaram
Ele começava a conhecer a escrita que já era dele, o revoltaria
O estado não lucraria
A necropolitica o bateria
Bateria, bateria e bateria sem ter uma carga, jogado na vala
A escrita do negro é como uma bala com remetente
Não como essas bala perdida que sempre acham corpos negros que se mancham de vermelho
Nos dizimam e eu escrevo, minha escrita pesa
E os sequestram pra realidade
Uma história feita de estórias
Baseada na mentira, no roubo e na escória
Me fizeram acreditar que eu não podia chegar lá
Me deram uma caneta e eu fiz o que vocês nunca fariam
Uns devolveram minha autoestima
Eu rememoro a autoestima do meu povo
A tecnologia mais antiga é o conhecimento
Entrega na mão de um preto pra ver como ele faz
Tu não dá porque te joga naquela vala que tu nos joga
Vocês viraram minha epistemologia no epistemicidio
Viraram meu ser no homicídio
Minha ciência sucumbiu e mais um morreu
E adivinha quem? Um dos meus.
Dessa vez não tem acordo de cucaú
Dessa vez tem essa tal revolta
Posso tá sendo como King, mas vou lutar como X
Te mostro que os descendentes de reis ainda estão aqui
Pra acabar com esses Hitler