POESIA I

CORPO EXÓTICO

Desprovido do belo, assim foi dito

Emancipação ao negro, descobrimos o belo

Vivemos o belo, descobrimos humanidade

A autoestima não significou a emancipação

Já que roubam até nosso padrão

"Preto tá na moda", diz o racismo velado

RECONHECIMENTO DO CORPO

Eu reconheci, me reconheci.

Naquela terça-feira.

Me reconheci com o pertencimento de um belo.

Das marcas que carrego das raízes que desperto.

Belo!!

Meu corpo corajoso dessa marca do inferno.

Inferno posto, colocado e ignorado.

Belo!!

De curvas e sorrisos que é dele.

Decifrando o estranho do belo.

Nas linhas me despi.

Do traço que não li.

Belo!!

Minha história de tramitação, das suas tramitações

Desliza como se fosse belo, já não é pois foi tirado e arrancado.

Coloquei o belo novamente como pertencimento ao que foi tirado.

Belo e rei.

Rei e rainha, essa classe de pertencimento me reconheço como tal.

De curvas e descoberta, no meu corpo eu estou acarrento outras metas.

A beleza do comum.

Comum como outro, exótico se passa.

Eu não sou exótico, eu sou belo.

© 2020 COLAGISTA. Rua Das Oiticicas
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora